Abstract:
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Esta dissertação tem como objetivo analisar as possíveis compreensões da contextualização no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), de modo a sinalizar subsídios para práticas docentes, reflexões pedagógicas e curriculares no ensino. Apresenta-se como a noção de contextualização se caracteriza na literatura de ensino de ciências, em documentos destinados à reforma da educação básica e em documentos do Enem, analisando, sobretudo, características do exame e sua inserção nas políticas públicas de avaliação. Para tanto, realizaram-se (5) entrevistas semi-estruturadas com elaboradores dos textos teóricos e metodológicos do Enem ligados à área das Ciências da Natureza e Matemática acerca do tema. Caracteriza-se também como é explicitada a noção de contextualização nas questões vinculadas ao conhecimento químico de cinco edições do Enem (2005 a 2009). A análise das entrevistas com elaboradores e das questões das provas foi orientada pelos pressupostos da Análise Textual Discursiva. A partir dessa análise aponta-se a necessidade de transcender visões que reduzem o contexto a um pretexto de abordagens puramente conceituais e ideias que limitam o contexto apenas a aspectos da localidade dos estudantes. Emergem também possibilidades de abordagem contextualizada ligadas à exploração de características do enfoque CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), à contextualização em uma perspectiva histórica e à abordagem de multiplicidades de contextos. De outro lado, sinalizam-se propostas teóricas e metodológicas que buscam favorecer a abordagem contextualizada na formação inicial de professores e no ensino de Química, especialmente à luz da obra Extensão ou comunicação? de Paulo Freire. |