Anestesia e contato: reprodutibilidade técnica e singularidade na modernidade brasileira

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Anestesia e contato: reprodutibilidade técnica e singularidade na modernidade brasileira

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Título: Anestesia e contato: reprodutibilidade técnica e singularidade na modernidade brasileira
Autor: Giorgi, Artur de Vargas
Resumo: Este trabalho tem como orientação os conceitos que compõem o título. A anestesia é tomada a partir do ensaio em que Susan Buck-Morss lê o célebre texto de Walter Benjamin A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, de 1935/36, de modo que a relação entre ambos se estabelece com base nas novas técnicas de reprodução, sobretudo o cinema, e seus efeitos sobre a sensibilidade dos homens, a política e a estética na modernidade. Os outros dois conceitos, contato e singularidade, são sustentados em grande medida pelo pensamento de Jean-Luc Nancy. Trata-se da leitura de um "problema": como a lógica da reprodutibilidade técnica "técnica" entendida, aqui, de maneira ampla, a partir do conceito de dispositivo formulado por Giorgio Agamben (lendo Foucault) pode ser motivadora de uma anestesia da sensibilidade dos homens. Supõe-se que haja essa marca, uma "condição" que, entretanto, é ambivalente: com a anestesia, novas formas de subjetivação e sensibilidade podem surgir, o que aponta para a impossibilidade de massificação dos comportamentos. Para a articulação do trabalho, foram escolhidos os seguintes registros: os poemas "Cinema", de Guilherme de Almeida, publicado em 1925, em Encantamento; "O microscópio", de Bueno de Rivera, publicado no livro Mundo Submerso, de 1944; e "Uma fotografia aérea", de Ferreira Gullar, publicado em Dentro da noite veloz, em 1975. Mas não só de registros em linguagem verbal compõe-se o corpus. O hebdomadário Dom Casmurro, do Rio de Janeiro, por meio das imagens que ilustram suas edições, é também um dispositivo marcado, paradigmático das transformações ligadas à reprodutibilidade técnica e à sua assimilação pela sociedade, sobretudo no que tange à consolidação, no Brasil, da arte cinematográfica. Tal percurso toca o complexo contexto biopolítico da sociedade, em que os limites entre esferas supostamente autônomas e mutuamente excludentes como vida ou cultura, política ou arte, história ou literatura, etc. tornam-se indecidíveis, fazendo caducar as categorias dadas a priori.
Descrição: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2011
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/94994
Data: 2012-10-25


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