Abstract:
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Essa dissertação estuda os significados dos auxiliares modais #deve. e #devia. do português brasileiro quando formam um par mínimo de sentenças. Para tanto, iniciamos com um panorama acerca da modalidade das línguas naturais e posteriormente, apresentamos uma breve caracterização dos auxiliares modais. O arcabouço teórico utilizado foi a teoria de Kratzer (1981, 1991, 2010), que se fundamenta na semântica de mundos possíveis. O objetivo é traçar as semelhanças, diferenças e especializações entre os auxiliares modais #deve. e #devia. quando orientados para o futuro. As fontes de ordenação analisadas para o objeto de estudo serão a epistêmica, deôntica e teleológica, com um especial enfoque na epistêmica. Para isso, partimos da hipótese de que os dois modais veiculam necessidade fraca, porém eles não dizem o mesmo e essa diferença poderá ser captada através do morfema de imperfeito presente em #devia., mas não em #deve.. Através das análises intuitivas, percebeu-se que #deve. é especializado, isto é, ele #prefere# se combinar com base modal epistêmica, mas também se encaixa em contextos deônticos e teleológicos, podendo ainda expressar ordem e conselho como ato de fala. Ao passo que #devia. prefere se combinar com fonte de ordenação teleológica, expressa conselho como ato de fala e não #gosta# de ser epistêmico e nem deôntico. A noção de necessidade fraca de Kratzer sozinha não consegue explicar a semântica de #deve. e #devia., já que podemos perceber que um é mais objetivo e o outro subjetivo, respectivamente. |