Abstract:
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O crescimento dos índices de gravidez, entre adolescentes de 10 a 14 anos de idade, constitui-se em uma demanda expressiva para as Políticas Públicas no Brasil, no sentido de mobilizar ações de proteção, saúde, educação e assistência social. O presente estudo qualitativo objetivou caracterizar as repercussões da gravidez em adolescentes, cuja concepção ocorreu no período de 10 a 14 anos em contexto de vulnerabilidade social. Participaram dez adolescentes, sendo utilizada a entrevista semi-estruturada e o mapa de redes. Os dados foram analisados a partir da Teoria Fundamentada Empiricamente. Os resultados evidenciaram que as adolescentes tinham conhecimento e acesso a métodos contraceptivos antes da gravidez, sendo que esta ocorreu, predominantemente, a partir do desejo das mesmas. Prevaleceu a aceitação da gravidez, por parte das famílias das adolescentes, embora as reações iniciais dos pais ou responsáveis tenham incluído a expressão de raiva, susto ou menção de que era muito cedo para engravidar. A mãe e o marido foram citados como figuras de maior proximidade e suporte. Identificou-se ainda o afastamento das amizades e aproximações com profissionais a partir da gravidez, que também teve um impacto negativo na trajetória escolar. A maior parte do grupo não se arrependeu e significa o filho como o mais importante em suas vidas. Os projetos de vida modificaram-se, passando a incluir a contracepção e a busca da melhoria das condições de vida. Destaca-se a importância da sensibilização das redes de profissionais, como aliadas importantes no melhor acolhimento destas adolescentes e de um suporte efetivo para as redes familiares. |