Abstract:
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Esta tese propõe uma leitura comparativa entre O Momento Literário, livro de entrevistas feitas por João do Rio, e A Vida Literária no Brasil 1900, de Brito Broca; dois livros citados na historiografia literária por seu valor informativo no que diz respeito à vida literária brasileira do 1900, mas raramente incorporados a esta historiografia. Partindo da descrição de João do Rio do autor como ídolo, esta leitura pretende compor um panorama da literatura brasileira na virada do século XIX para o século XX baseada nas modas literárias, nas palavras de Brito Broca, e nas relações interpessoais dentro da esfera intelectual e letrada do 1900 brasileiro. Em outras palavras, diferente do estabelecimento de escolas literárias e cânones, típicos da historiografia tradicional, que se baseia na figura do autor canônico, esta tese analisa a constituição de uma história literária interpessoal, que molda, em suas repetições, em seus esquemas, e em seus princípios de classificação, assim como nas práticas dos agentes deste campo, a figura do autor como ídolo. A hipótese é que a figura do autor como ídolo é constituída dentro deste panorama momentâneo, principalmente através da mídia, separado do campo institucional ao qual os autores e intelectuais reunidos nos livros de João do Rio e Brito Broca tradicionalmente pertencem. Esta passagem do autor para o ídolo, nesta tese, será analisada principalmente na polarização entre dois autores: Machado de Assis e Olavo Bilac. |