Abstract:
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O presente estudo tem por objeto a educação em suas relações com a política. Partindo da realidade concreta da produção da vida no campo na atualidade, objetiva verificar como as relações entre educação e política têm marcado o desenvolvimento teórico-prático da educação do campo e se há limites em seu desenvolvimento decorrentes de tal relação. Para sua realização, elaboramos o seguinte problema científico: como os limites e possibilidades que a relação entre educação e política existente na materialidade das relações sociais e no modo de produção da vida humana no campo brasileiro hoje se expressa na construção teórico-prática da educação do campo? Realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental a partir da referência do materialismo histórico dialético, tendo delimitado para a análise as políticas educacionais para o campo e a sistematização teórica presente nos Cadernos da Coleção Por uma Educação do Campo. A partir da análise dos materiais e das políticas, as hipóteses formuladas foram confirmadas, evidenciando que um dos limites centrais impostos à educação do campo decorre de seu aprisionamento na política, especialmente via políticas do Estado e de governo; que há opções teóricas utilizadas para a formulação da educação do campo que interditam a possibilidade de dar inteligibilidade às concretas relações de produção da educação e de sua articulação à uma estratégia de superação do capital; e que a possibilidade de romper o cerco da política está numa organização revolucionária. Apontamos que no atual momento histórico a educação, e em especial a educação do campo, estão reféns da política, necessitando uma intervenção firme e com clareza para romper o cerco da política, e que a possibilidade de essência está presente na atividade e nas experiências em desenvolvimento por organizações de caráter revolucionário, como o MST. |