Abstract:
|
Numa aliança profícua entre arte, filosofia e educação, o presente trabalho propõe sinalizar como a dança, em seu fluxo de movimento, pode ser compreendida como um projeto de formação a partir do traçado estético nietzschiano. Pairamos assim, sobre a dança concebida como um fluxo contínuo de energias que se manifestam conjuntamente, pés que brindam a dimensão trágica do homem. A dança cuja ação expressa a própria força, uma força que revela a potência do próprio homem. O homem visto em sua máxima expressão, em sua capacidade de criação. Dessa forma, encontramos nas obras de Friedrich Nietzsche um proveitoso entrelaçamento entre arte e educação, a que vai inspirar o percurso desta dissertação. Como caminho metodológico deste trabalho ficam exposto alguns desejos: perceber primeiramente o corpo como pressuposto da dança, buscando entender que saber o corpo pode nos revelar; num segundo instante, o trabalho acena para a tragédia posta no próprio corpo dançante, para isso, buscamos narrar as características peculiares da tragédia para ver o dançarino; como terceiro ponto propomos discutir como a visão estética é corrompida quando se negligencia o impulso dionisíaco, afastando o homem da sua própria natureza; por fim, a imagem do dançarino Zaratustra que, sinalizando diferentes saberes e anunciando o retorno de Dionísio, vem a se utilizar da dança como sua máxima expressão. Esta pesquisa abarca a dança, buscando compreendê-la no corpo, no fluxo do movimento, na tragédia, passando a perceber melhor quais as consequências quando o homem passa a negar o impulso dionisíaco. Por fim, o trabalho chega ao #cume do monte# quando busca compreender em Nietzsche o plano formativo que esboça o porquê da figura do Zaratustra como dançarino. |