Abstract:
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O fenômeno da globalização econômica em sua fase atual, associado ao modelo neoliberal e estruturado por meio das redes tecnológicas, vem produzindo efeitos contraditórios. A organização em escala global da produção, do comércio e do consumo gera, de um lado, avanços materiais e inclusão econômica, e de outro, pobreza e exclusão social. Trata-se de um novo tipo de pobreza e de uma nova forma de exclusão, ambas generalizadas e globalizantes, caracterizando-se como questões que já não podem ser resolvidas isoladamente no interior das fronteiras nacionais. Diante desse cenário, configurado ainda pelo fato de que as políticas estatais encontram-se predominantemente direcionadas ao favorecimento dos mercados mundializados e da economia autorregulada, formas de resistência e luta por mudanças emergem do seio da sociedade civil. Neste trabalho, o enfoque, distanciando-se de ações e mobilizações manifestas no espaço territorial nacional, recai sobre as redes da sociedade civil como meio estratégico de organização e articulação de seus atores no contexto da globalização. A partir dessa perspectiva é possível pensar na constituição de uma sociedade civil global e em ações de resistência ampliadas e potencializadas. Operar no mesmo âmbito - global - e criar uma estrutura de ação fundada no poder das redes tecnológicas, tal qual o fenômeno da globalização econômica, poderá consistir no primeiro passo de uma resistência efetiva. |