Comportamentos afiliativos em vacas leiteiras a pasto, o papel da lambida

DSpace Repository

A- A A+

Comportamentos afiliativos em vacas leiteiras a pasto, o papel da lambida

Show full item record

Title: Comportamentos afiliativos em vacas leiteiras a pasto, o papel da lambida
Author: Machado, Thiago Mombach Pinheiro
Abstract: O presente trabalho tem como objetivo o estudo dos comportamentos sócio-positivos afiliativos, em especial lambidas, em vacas leiteiras criadas em Pastoreio Racional Voisin. A quantidade, distribuição temporal, influência da hierarquia social e da prenhez, e sincronismo das lambidas com outros comportamentos foram aspectos investigados. Para tanto, utilizaram-se seis rebanhos com média de 24,66±4,8 vacas da raça Jersey. Os animais foram observados por seis dias em períodos de sete horas, entre as ordenhas da manhã e da tarde, a partir do momento que entravam em um novo piquete. A cada seis minutos eram registrados os comportamentos de todos os animais como instantâneos. As lambidas e as interações agonísticas foram anotadas como eventos, toda vez que ocorriam. Foram elaboradas matrizes sociométricas para cada rebanho e dados individuais de estado gestacional, escore corporal, ordem de lactação e escore clínico foram prospectados para cada animal. A porcentagem de vacas que executaram e receberam lambidas foi próxima de 100%, sem diferença entre rebanhos (p=0,05). No período observado, em média cinco vacas foram lambidas por cada executora, e o mesmo número de vacas lamberam cada receptora. O número de lambidas executadas e recebidas por vaca nas 42 horas observadas diferiu entre os rebanhos (p<0,05) e foi próximo de 7,5. Os eventos de lambidas concentraram-se no horário entre 9:00 h e 11:00 h (p<0,05), coincidindo com os horários de maior freqüência de pastoreio (p<0,05). Não houve correlação entre executar lambidas e receber lambidas (p>0,05), exceto em uma propriedade. Também não houve correlação (p>0,05) entre executar lambidas e instigar interações agonísticas ou entre executar lambidas e ser vítima de interações agonísticas. Da mesma forma, não houve correlação entre receber lambidas e instigar interações agonísticas ou entre receber lambidas e ser vítima de interações agonísticas. Vacas subordinadas executam e recebem menos lambidas que as intermediárias e dominantes (p<0,05). Vacas prenhes executam e recebem mais lambidas que as vazias (p<0,05). Houve uma alta correlação, positiva e significativa (p<0,001), entre o número de interações agonísticas da vaca dominante e de seu respectivo rebanho. As lambidas são interações táteis de ocorrência generalizada em bovinos, que foram conservadas evolutivamente pelas associações entre os animais. São comportamentos inatos cuja causa parece estar relacionada à liberação intra-cerebral de opióides endógenos e cuja função pode estar relacionada à coesão social. Vacas lambem mais durante ciclos de pastoreio, que são momentos de vulnerabilidade predatória. Quanto maior o rebanho, menor o número de lambidas, correlação condizente com a maior probabilidade de predação em grupos menores. O comportamento de lambida não tem relação clara com a hierarquia social e não parece funcionar como instrumento de redução de conflitos. Vacas dominantes agressivas podem predizer rebanhos agressivos.
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Florianópolis, 2009.
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/93333
Date: 2012-10-24


Files in this item

Files Size Format View
274157.pdf 767.0Kb PDF Thumbnail

This item appears in the following Collection(s)

Show full item record

Search DSpace


Advanced Search

Browse

My Account

Statistics

Compartilhar