Abstract:
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Esta dissertação consiste em uma análise de narrativas sobre homicídios que envolvem jovens em Santa Catarina. Nas últimas décadas o universo de homens com idades de 15 a 24 anos concentra a maior parte de vítimas nas situações de homicídio no Brasil. Os interlocutores da pesquisa são jovens que se encontravam em regime de "privação de liberdade" (internação) para o cumprimento de medidas socioeducativas. No tocante a perspectiva teórica, foca-se a dimensão vivencial das situações nomeadas como "violências". Trata-se de uma maneira de pensar os homicídios praticados entre jovens a partir dos sujeitos sociais que emergem nas narrativas. Os interlocutores descreveram alguns casos de homicídios como "justificáveis", passíveis de explicação e outros como "sem motivos". Nas histórias sobre mortes, os sujeitos falaram também sobre suas próprias vidas no contexto do tráfico de drogas: a nada fácil "vida fácil", os altos e baixos, o risco constante, a relação com a morte, as situações em que "é matar pra não morrer". Em um âmbito mais geral, o diálogo entre teoria e dados etnográficos permitiu situar as vidas desses jovens como vidas: "arriscadas", "desperdiçadas", "matáveis", vividas "no veneno". |