A (re) produção de um espaço desigual: poder e segregação socioespacial em Guarapuava (PR)

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Title: A (re) produção de um espaço desigual: poder e segregação socioespacial em Guarapuava (PR)
Author: Schmidt, Lisandro Pezzi
Abstract: A pesquisa tem por objetivo analisar os fatores que foram determinantes na estruturação e consolidação do espaço urbano de Guarapuava. O privilégio dado às evidências empíricas e ao cruzamento dos indicadores qualitativos e quantitativos, analisados conjuntamente, permitiram a interpretação da dinâmica intraurbana. Caminhos diversos foram percorridos e incorporados à análise, tendo como preocupação o conjunto de características socioespaciais, as estratégias dos agentes produtores, a produção habitacional e o movimento dos grupos sociais. Observamos que as estratégias do poder público local direcionaram ações que se basearam no reforço para sustentar o acúmulo do capital gerado em nível local, como meio de garantir a hegemonia política e promover uma importância ampliada da identidade territorial de Guarapuava. Ao longo dos anos, a política urbana ordenou a manutenção e o controle dos setores de bairros mais bem valorizados, garantindo a seletiva ocupação do espaço, ora favorecidos pelos financiamentos do governo federal e estadual, ora direcionados pelos ideais políticos que fortalecem os valores comuns da sociedade tradicional. A legitimação, portanto, do cumprimento do poder local esteve associado a distintas modalidades de poder e de culturas políticas que passaram pela gestão municipal. Nesse caso, o clientelismo se constituiu como concepção principal de poder. As estratégias do poder público e a centralização na tomada de decisão tiveram dois impactos: a manutenção dos grupos de baixa renda longe da área central, restringindo a ocupação pelos mecanismos de uso e ocupação do solo, e uma forte intervenção nos bairros com população de maior renda, alvos do mercado imobiliário local. A dimensão física e social atingida pelas intervenções do poder público influenciou na fragmentação socioespacial, motivada pelas propriedades distintas dos grupos sociais que se tornaram efetivas no espaço diferentemente apropriado. O atual pensamento urbanístico do poder público tem um enfoque estético e modernizador, expressando interesses sociais distintos e interferindo na construção de territórios dos grupos de alta e de baixa renda. A comunicação com os grupos sociais segregados figura como um diálogo surdo, ou seja, o poder público atua silenciosamente no discurso, mas torna-se alarmante para grupos de baixa renda, de modo a corrigir ou mesmo produzir habitações nos núcleos habitacionais populares, longe dos territórios dos grupos de alta renda. A segregação socioespacial, portanto, surge das relações entre os agentes produtores do espaço e do movimento combinado dos grupos sociais, compreendendo um conjunto de valores construídos e produzidos juntamente com a sociedade, com atribuições imaginadas e determinadas pelo poder dominante e pelos múltiplos interesses dos agentes produtores.
Description: Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-graduação em Geografia, Florianópolis, 2009
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/92378
Date: 2012-10-24


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