Doenças infecciosas emergentes: um estudo sociológico sobre a tuberculose como zoonose

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Doenças infecciosas emergentes: um estudo sociológico sobre a tuberculose como zoonose

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Título: Doenças infecciosas emergentes: um estudo sociológico sobre a tuberculose como zoonose
Autor: Santos, Claudio Alberto dos
Resumo: A convivência entre humanos e animais sempre esteve presente ao longo do desenvolvimento da humanidade, entretanto determinadas formas dessa convivência tendem a criar condições propícias para o surgimento de certas doenças comuns, denominadas de zoonoses. Essas patologias, na atualidade, constituem um dos riscos mais freqüentes e temidos a que a humanidade se encontra exposta. O aumento das relações comerciais, as viagens de turismo, bem como as formas de produção intensivas de alimentos, fizeram com que novas patologias surgissem ou doenças que estavam controladas reaparecessem. Dentro deste último contexto encontramos a tuberculose, que, segundo a OMS, é a doença infeciosa que mais mata no mundo, a qual ressurge de forma diferenciada das características patológicas tradicionais, além de ter sua ocorrência junto com outras doenças, no caso a aids. Os agentes causadores da tuberculose são do gênero Micobacterium. Em humanos, a espécie é M. tuberculosis; em bovinos, é a espécie M. bovis. Entretanto, pode ocorrer que o agente causador da doença em animais infecte humanos, caso, em que a doença é considerada uma zoonose. Em países onde é feito o diagnóstico diferencial do agente causador em humanos, os índices de infecção de origem animal variam de 8% a 12%. No Brasil, contudo, essa diferenciação não é realizada. O objetivo deste trabalho é estudar a dinâmica das políticas em saúde através do processo de notificação da tuberculose bovina e humana realizada pela Secretaria da Agricultura e pela Secretaria da Saúde no estado do Rio Grande do Sul, bem como avaliar a importância dos comportamentos das famílias produtoras de leite e carne na transmissão da doença. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com produtores de leite e carne, médicos veterinários, médicos humanos e gestores políticos envolvidos no controle da doença. O resultado da pesquisa demonstrou que os produtores de leite e carne pesquisados possuem conhecimentos restritos sobre a doença, bem como desconhecem suas formas de transmissão e as funções do Estado brasileiro no caso de animais soropositivos. Constatou-se que o processo de notificação entre os diversos órgãos institucionais (saúde humana e saúde animal) não ocorre como preconizam as leis e normativas. Outro aspecto demonstrado pelas entrevistas é que tanto os profissionais da iniciativa privada quanto os da rede pública, vinculados à medicina humana, preocupam-se apenas com o tratamento da doença, desconsiderando os fatores relacionados a seu controle. Conclui-se que não existe um real processo de notificação e uma relação necessária entre os órgãos públicos envolvidos no caso de tuberculose. Além disso, evidenciou-se que o comportamento das famílias produtoras de leite é um dos fatores que elevaram a ocorrência da tuberculose humana, em razão do desconhecimento do fato de que podem ser agente infectante desta doença. Constatou-se que o êxito das políticas de vigilância epidemiológica e sanitária está relacionado com a incorporação de variáveis que analisem os aspectos socioculturais e econômicos dos sujeitos envolvidos; por isso, ressalta-se a importância do trabalho interdisciplinar e integrado com as ciências sociais.
Descrição: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciencias Humanas. Programa de Pós-graduação em Sociologia Política
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/91930
Data: 2008


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