Abstract:
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Esta pesquisa objetivou verificar os efeitos da hipnose na percepção de dor (intensidade da dor; níveis de ansiedade e depressão) em mulheres com Síndrome da Fibromialgia (SFM). Participaram desse estudo experimental 20 mulheres dividas em 2 grupos, com 10 participantes cada, denominados: Grupo de Hipnose (GH); Grupo Controle (GC), que apresentaram: diagnóstico clínico de SFM; idade superior a 18 anos e disponibilidade para freqüentar as sessões. Para caracterização das participantes foi utilizado o Questionário Sócio-demográfico e Clínico elaborado por Konrad (2005) e adaptado pelo Projeto de Extensão "Tratamento Complementar para Fibromialgia" da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Para avaliar a percepção da sensação de dor foi utilizada Escala Analógica Visual. Os níveis de depressão foram investigados por meio do Inventário de Depressão de Beck (BDI). A ansiedade-estado foi avaliada por meio do Inventário de Ansiedade-Estado (IDATE). Os dados foram tratados com estatística descritiva, teste t (dados paramétricos) e Mann-Whitney (não paramétricos), qui-quadrado, MANOVA (Análise Multivariada de Variância), correlação linear de Pearson (dados paramétricos) e Spearman (dados não paramétricos). "Depressão" e "intensidade de dor" demonstraram estar positivamente relacionadas, compartilhando 27% de variância. Ao comparar os valores de antes e depois das variáveis: "intensidade da dor", "ansiedade" e "depressão", foram constatadas diferenças estatisticamente significativas (F=13.13, p<0,001) sendo verificado um efeito geral de 71% (partial ?²= 0,71). Foram observados efeitos interativos entre o antes e depois dos grupos (F=13.03, p<0,001), o que significa que a mudança nos escores de "intensidade da dor", "ansiedade" e "depressão" só ocorreu no GH (Grupo Hipnose). A "intensidade da dor" foi a variável que sofreu alteração no pós-teste (F=31.909, p<0.001, partial ?²=0.662), sendo que a "depressão" (F=5.519, p=0.036, partial ?²=0.22) e a "ansiedade" (F=4.832, p=0.041, partial ?²=0.21) também demonstraram diferenças significativas. O GC não apresentou nenhuma mudança, mesmo estando as participantes envolvidas em outros tipos de tratamentos. A eficácia verificada pode ser decorrente de: 1) Rapport estabelecido; motivação e expectativas positivas em relação a técnica de hipnose; 2)Processo de imaginação-visualização; 3) Dissociação do pensamento indutivo e dedutivo; 4) Focalização da atenção/concentração; 5) Metáforas e analogias desenvolvidas a partir da problemática pesquisada; 6) Sugestões dirigidas as dimensões sensorial-discriminativa e afetivo-emocional; 7) Fenômeno hipnótico de analgesia; 8) Suscetibilidade hipnótica; 8) Reflexões individuais. |