Abstract:
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O foco central da tese é a atualização da censura frente ao processo de redemocratização brasileira. As fontes sugerem que a proibição dos instrumentos de censura não a excluiu do cenário nacional como vontade de poder. Frente à mudança da redemocratização, uma onda de censura propunha-se a atualizar traços de um passado idealizado da heterossexualidade normativa, do comportamento "recatado" das mulheres com relação ao sexo, de um "erotismo à brasileira" e do reforço das fronteiras de gênero expressas pelo corpo. Tal atualização corroborou para a defesa de uma "redemocratização cautelosa" na revista Veja. O primeiro capítulo discute a imprensa e sua relação com intervenções estatais sobre a prática jornalística. O segundo trata da discussão sobre a redemocratização na cultura, tendo como foco a crítica em torno do erotismo, numa década mais liberal. O terceiro discute a produção televisiva (novelas, seriados, musicais, mini-séries), obras que foram notícia na revista Veja como produtoras de um "erotismo à brasileira". No quarto capítulo mapeiam-se as vozes dissonantes que fizeram parte do debate, reportagens sobre novelas, filmes e programas que tornaram o erotismo e a censura o centro de discussão. Mesmo diante das movimentações por direitos civis, o erotismo é tomado como uma forma nefasta, argumento negativo desses ideais de liberdade e liberalidade que se faziam urgentes no momento de pós-ditadura. |