Abstract:
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Este trabalho apresenta o estudo de uma pesquisa feita com os professores de Química que atuam na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede pública do Estado do Paraná. Tomando como referência a Epistemologia de Ludwik Fleck, buscou-se identificar os possíveis elementos que caracterizam o Estilo de Pensamento desses docentes, e como esse interfere na ação pedagógica. Analisando práticas, concepções e valores docentes extraídos das entrevistas com professores em distintas regiões do estado; utilizando os princípios pedagógicos dialógico-problematizadores propostos por Paulo Freire e os pressupostos do Letramento Científico e Tecnológico, procurou-se evidenciar e avaliar a forma de influência da formação inicial, do tempo de atuação no magistério, e em especial, dos cursos de formação continuada promovidos pela Secretaria Estadual da Educação daquele Estado, sobre a forma de entender o conhecimento científico e ensiná-lo aos alunos da EJA. Utilizando a Análise Textual Discursiva - instrumento de análise que combina análise do discurso e análise de conteúdo - foi feita uma reflexão comparativa entre os EP presentes no discurso docente, suas contradições e conceituações, por meio da qual, se objetivou evidenciar a existência da formação de Coletivos de Pensamento (CP) que agregam professores em torno de determinados EPs. Procurou-se, ainda, levantar hipóteses de como se dá a comunicação das idéias presentes em cada CP e a circulação das mesmas tanto dentro de cada Coletivo, assim como entre diferentes CP. Também se pretendeu identificar a forma de compreensão do ensino de Química para a modalidade EJA em relação às orientações de cunho legal em nível nacional e estadual, no que se refere ao perfil dos educandos, às demandas sócio-educativas locais, e às metodologias próprias para a educação de jovens e adultos. Ao longo da dissertação e ao final da mesma, apresentam-se algumas possibilidades para a formação continuada dos professores de Química, que permita aos docentes vislumbrarem uma nova prática docente, mais próxima da realidade dos alunos, na perspectiva de compreender o ensino como um meio de libertação pela emersão da Consciência Crítica. |