Abstract:
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A presente pesquisa de mestrado teve como objetivo investigar as produções científicas realizadas no âmbito dos estudos da infância, tendo em vista analisar as concepções de corpo, criança/infância e educação, presentes nas pesquisas (dissertações de mestrado) de diferentes áreas de conhecimento, cadastradas no Banco de Dados da CAPES, entre os anos 1997 - 2003, visando analisar suas indicações para uma Pedagogia da Infância. Para tal, utilizou-se como referencial teórico, estudos de orientação histórico-cultural nas contribuições da Sociologia da Infância, da Antropologia da Criança e demais áreas que estudam a infância, buscando um cruzamento multidisciplinar na abordagem desta relação corpo, infância e educação. Na pesquisa realizou-se um mapeamento das produções nacionais, já existentes no âmbito da infância sobre a temática do corpo, objetivando, de modo geral, identificar o quê os saberes científicos têm apontado sobre o corpo em diferentes áreas de conhecimento, referente à infância e, que acabam por orientar o âmbito da ação pedagógica com as crianças. Foram identificadas 29 dissertações, das quais 18 constituíram o corpus definitivo analisado, através do procedimento metodológico de Análise de Conteúdo, sendo definidas categorias gerais a priore e, categorias centrais e específicas a partir da análise dos textos. Como resultado pode-se destacar referente à categoria geral corpo, a predominância nos trabalhos analisados, da compreensão de corpo como construção social, cultural e histórica, bem como as críticas à instrumentalização desse corpo por parte das instituições educativas. Referente à indagação levantada em que se questionava se as bases teóricas das concepções de corpo, presentes nas produções científicas referentes à infância, manteriam a dicotomia mente/corpo, mesmo em períodos mais recentes, evidenciou-se que essa não foi a dicotomia central tratada nos trabalhos, sendo a dicotomia central presente, em parte dos trabalhos, a dicotomia natureza/cultura. Todavia, é necessário ressaltar, a evidência de incoerências epistemológicas em alguns trabalhos, havendo avanços em alguns aspectos, e incoerências em outros. Referente à categoria geral infância e criança, as dissertações definiram predominantemente criança como sujeito histórico social e como singular. Com relação à categoria geral educação nas dissertações, destacou-se a compreensão de uma visão de educação integral, salientando a não segmentação dos conhecimentos e a não dicotomização em áreas e disciplinas escolares. Defendendo como central, a necessidade da educação infantil ter definida uma intencionalidade pedagógica centrada nas brincadeiras, nas interações e nas inúmeras linguagens práticas, corporais, plásticas, verbais, dramáticas, musicais. |