Abstract:
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As finanças modernas pressupõem que os indivíduos tomam suas decisões racionalmente e agem de acordo com os axiomas da teoria da utilidade esperada. Todavia, Kahneman e Tversky (1979) observaram que os investidores tendem a violar alguns pressupostos básicos da teoria da utilidade esperada e propuseram um modelo alternativo sobre o comportamento dos seres humanos em relação à tomada de decisão financeira: a Teoria do Prospecto. Segunda ela, os investidores apresentam aversão ao risco nas escolhas que envolvem ganhos e propensão ao risco nas escolhas que envolvem perdas. Uma das descobertas decorrentes desta aversão ao risco no campo dos ganhos, combinada com procura pelo risco no campo das perdas é a ilusão cognitiva denominada efeito disposição. Sob o efeito desta ilusão cognitiva, os investidores apresentam a tendência de vender rapidamente as ações quando o preço delas sobe após a compra e de manter por um período mais longo as ações que caem de preço após a compra. Utilizando uma simulação de investimentos, testou-se o efeito disposição em uma amostra formada por 88 estudantes - 50 estudantes do sexo masculino e 38 estudantes do sexo feminino. O efeito disposição foi verificado no grupo que participou da simulação de investimentos, no entanto não se encontrou diferença significativa na intensidade que o efeito disposição afetou o grupo de estudantes do sexo feminino e o grupo de estudantes do sexo masculino. Os resultados deste estudo trazem indícios de que os indivíduos apresentam a tendência de manter por mais tempo ações que se desvalorizaram em relação ao seu valor inicial, do que ações que se valorizaram depois de compradas, além de trazer indícios de que estudantes do sexo feminino e do sexo masculino não tendem a apresentar diferenças no que tange a intensidade em que são afetados pelo efeito disposição. |