Abstract:
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Durante os anos 50, a Geração Beat emerge no cenário literário estadunidense como representante de rebeldia e não submissão à política de contenção definida pela Guerra Fria. Após a publicação de On The Road em 1957, seu autor, o escritor Beat Jack Keoruac, tornou-se o porta-voz da geração e seu texto foi elevado à condição de marco cultural para os subseqüentes movimentos de contracultura naquele país. O presente estudo tem por objetivo demonstrar que On the Road ecoa as mesmas dicotomias que definiram o Outro cultural estadunidense no discurso de contenção promovido pela Guerra Fria. Desta maneira, On the Road é percebido como um texto conflituoso onde as referências supostamente progressivas à heterogeneidade cultural e racial reproduzem o discurso dominante no lugar de estabelecer o discurso de protesto no qual sua reputação foi construída. Este estudo também percebe o apelo revolucionário do texto como sendo resultado das mistificações referentes à técnica que definiram a arte no período do pós-guerra. No capítulo 2, tanto o projeto de expansão imperialista quanto as políticas federais que visavam o desenvolvimento de uma sociedade hegemônica são analisados a partir de sua relação com os então definidos grupos minoritários. O capítulo 3 examina On the Road como sendo parte do utópico projeto da espontaneidade, um movimento estético que, visando evadir os conflitos políticos e sociais da época, acabou promovendo concepções hegemônicas em relação à alteridade e à superioridade dos movimentos artísticos. O capítulo 4 apresenta possibilidades para futuras pesquisas assim como minhas conclusões sobre como o texto de Kerouac reproduz discursos dominantes. |