Abstract:
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Trabalhando com as relações entre espaço, sociedade e economia, esta Tese analisa o processo de adaptação da indústria do Médio Vale do Itajaí a uma economia globalizada. A reestruturação produtiva necessária para a inserção competitiva das indústrias do Médio Vale do Itajaí na divisão internacional do trabalho foi acompanhada por um reordenamento do território. O enfoque da análise foi o do papel do Estado no processo, concluindo-se que a ineficiência do Estado como promotor do desenvolvimento, a partir dos anos 1980, fez com que a reestruturação produtiva, movida, predominantemente, pela lógica do mercado, tivesse alto custo social. O novo padrão técnico-produtivo da produção flexível, difundido no período do meio-técnico-científico-informacional, gerou um processo de transformações brutal, no qual algumas empresas de capital local foram adquiridas por grandes grupos econômicos, e outras, não resistindo ao processo, encerraram suas atividades, demitindo centenas de trabalhadores. As empresas que sobreviveram ao processo adotaram como estratégias de competitividade a automação e a terceirização (desverticalização produtiva com redes de subcontratação), gerando desemprego e precarização das relações de trabalho. A nova dinâmica de organização da produção gerou novas espacialidades, com a dispersão da atividade industrial pelo território e a consequente alteração dos padrões de comportamento e consumo. Ficou evidenciado, neste trabalho, que o espaço geográfico é, cada vez mais, um elemento estratégico para o processo de reprodução ampliada do capital e que o Estado deve assumir seu papel de formulador de políticas públicas e promotor do desenvolvimento, visando a geração de empregos e a diminuição da exclusão social. |