Abstract:
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Nesta pesquisa pretendeu-se analisar os processos de inserção profissional de jovens que obtiveram seu diploma num contexto de precarização das relações de trabalho, desemprego e aumento das exigências qualificacionais. Este estudo envolve egressos que concluíram seu curso de graduação no ano de 1997, com idade de até 32 anos, no momento em que participaram da pesquisa. A amostra constituí-se de egressos de cinco cursos - Administração de Empresas, Direito, História, Pedagogia e Odontologia - de três instituições de Santa Catarina, duas públicas e uma privada. Busca-se compreender os elementos que caracterizam os processos de inserção no mercado de trabalho por parte desses jovens, as mediações que se estabelecem entre as diferentes instituições de ensino, o segmento social ao qual pertence o jovem e as diferentes formas de ingresso nesse mercado. A análise dos dados demonstra que mais de 90% dos egressos estavam empregados no momento da pesquisa, no entanto, a situação profissional em que se encontram é bastante diversificada, especialmente em termos salariais. A "qualidade" do emprego conquistado, representada pela faixa salarial declarada pelo egresso, depende da carreira e das condições socioeconômicas. Constatou-se que, quanto maior é a renda e nível de escolaridade dos pais, maior é o salário dos filhos. As formas como os jovens acessam seus empregos são também indicadoras de seu pertencimento social. Duas vias destacam-se, a saber: intermédio da família e intermédio dos amigos. Os que recebem os piores salários tendem a conseguir seus empregos pela via familiar, enquanto que aqueles que apresentam os melhores salários se utilizam das relações de amizade, embora não descartem o meio familiar. Insegurança e falta de expectativas em relação ao trabalho são sentimentos compartilhados entre os egressos, independentemente de sua condição socioeconômica e a carreira seguida. |