Abstract:
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O presente trabalho de pesquisa caracteriza, por meio da utilização do MBI (Malasch Burnout Inventory) e outros instrumentos, a incidência de burnout em pediatras de uma organização hospitalar pública. Foi realizada uma investigação em 41 pediatras, 10 homens e 31 mulheres, que desenvolvem suas atividades em um hospital público. Os resultados principais indicam a incidência de burnout em 53,7% da amostra. A manifestação da síndrome foi caracterizada por apresentar 82,9% de classificação alta na dimensão exaustão emocional (EE), 63,4% de classificação alta na dimensão despersonalização (DE) e 53,7% de classificação baixa na dimensão realização profissional (RP). Identificou-se que 95,1% dos médicos que participaram da pesquisa consideraram o trabalho desempenhado como fator de interferência na vida pessoal, e 46,3% da amostra cogita a possibilidade de mudar de profissão e desistir da medicina. Resultados obtidos revelaram que 61% da amostra identificou o fator "recompensa insuficiente" como sendo ponto de desequilíbrio entre as exigências do trabalho desenvolvido e os profissionais que o realizam. De acordo com as respostas fornecidas pelos médicos, a organização onde atuam não reconhece e não recompensa os diagnósticos precisos, os atendimentos e procedimentos realizados, desencadeando assim o desgaste emocional e físico. A sintomatologia manifestada pelos médicos foi na ordem de maior freqüência diária: pouco tempo para si, dores nos ombros e nuca, sentimento de cansaço e insônia. Ressalta-se a necessidade de estruturar programas de prevenção do burnout em médicos, para que profissionais que tem a promoção da saúde como foco de seu trabalho, não adoeçam. Considera-se necessário a continuidade nas pesquisas relativas ao fenômeno, pois esses estudos viabilizarão o desenvolvimento de modelos mais complexos para análise do burnout no contexto laboral brasileiro. |