Abstract:
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Esta dissertação apresenta um estudo antropológico sobre travestis na velhice. O foco central da pesquisa foi o de descortinar, tendo como referência suas histórias de vida, os significados e implicações do processo de envelhecimento para esses sujeitos. A hipótese que permeou meu projeto de pesquisa foi de que esses sujeitos são vítimas de um duplo processo de marginalização, por serem travestis e velhos. A pesquisa etnográfica foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, sendo seu universo principal composto por cinco travestis entre 59 e 79 anos de idade. Concluímos que, ao mesmo tempo que procuram construir uma representação até certo ponto positiva da velhice, quando buscam salientar que vivem uma fase mais tranqüila, com melhor qualidade de vida, ou que estão na melhor fase de suas vidas, chamam atenção para as dificuldades em atingir uma idade avançada. Envelhecer significa atingir um status superior perante o grupo mais amplo de travestis e, num sentido mais abrangente, perante a sociedade como um todo, revelado pelo fato de serem permanentemente confundidas com senhoras em suas relações cotidianas. Elas querem envelhecer, mas com muito glamour meu bem! |