Autogestão e heterogestão: comparando as relações de trabalho em duas organizações do setor textil de Santa Catarina

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Autogestão e heterogestão: comparando as relações de trabalho em duas organizações do setor textil de Santa Catarina

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Título: Autogestão e heterogestão: comparando as relações de trabalho em duas organizações do setor textil de Santa Catarina
Autor: Corrêa, Fernanda Zanin Mota
Resumo: O presente estudo contempla uma análise comparativa das relações de trabalho em duas organizações com formas de gestão distintas (uma com características autogestionárias e outra heterogestionária), do setor têxtil de Santa Catarina, na perspectiva de identificar suas semelhanças e diferenças. Analisamos as condições de trabalho; a política de pessoal adotada; as relações de poder; as formas de controle sobre o trabalho; a organização do trabalho e as modalidades de vinculação institucional presentes. Procedemos a um estudo empírico e exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa. Coletamos os dados em entrevistas semi-estruturadas, questionários, observação livre, diário de campo e análise documental. O conteúdo dos dados foi analisado através de leitura vertical e horizontal. As organizações estudadas são bastante semelhantes no que se refere às condições de trabalho, a diferença reside no fato de que na autogerida, os trabalhadores possuem o controle sobre o processo de trabalho e, por serem os proprietários, são responsáveis pelas condições a que estão expostos (isso não ocorre na heterogerida). Em relação ao recrutamento, no caso da autogerida, critérios relacionados à competência e habilidades técnicas são importantes, mas não representam fator primordial e a avaliação do desempenho ocorre em debates entre os membros, enquanto que na heterogerida, é realizada pelo proprietário. Na organização autogerida, por não existirem diferenças hierárquicas, a autoridade reside no conjunto dos membros, enquanto que na heterogerida, esta autoridade está vinculada ao cargo. As organizações diferem quanto ao processo decisório, pois na autogerida, a tomada de decisões (principalmente estratégicas) é um processo coletivo, por meio da participação direta e na heterogerida quem decide é o proprietário. O controle sobre o trabalho na autogerida é exercido pelo grupo e na heterogerida, pela figura do supervisor e de regulamentos organizacionais. Na autogerida, percebemos evidentes sinais de que a alienação é, de alguma forma, superada. Seu processo de produção é essencialmente taylorista (como na heterogerida), no entanto, a grande diferença reside no controle que os trabalhadores têm sobre a gestão e no sentido que dão ao trabalho. A organização autogerida representa um importante salto de qualidade nas relações de vida e de trabalho, comparativamente ao funcionamento da heterogerida. Trata-se uma forma superior de organizar homens e mulheres no espaço produtivo.
Descrição: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico. Programa de Pós-Graduação em Administração.
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/86824
Data: 2004


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