Abstract:
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Os produtos naturais constituem uma fonte inesgotável de compostos com atividades farmacológicas promissoras, incluindo ação antiviral. A Chromobacterium violaceum é uma bactéria Gram (-) encontrada em amostras de solo e água de regiões tropicais e subtropicais de diversos continentes. No Brasil, esta bactéria é amplamente distribuída no Rio Negro e no solo de bancos dos rios da região da Amazônia. A violaceína, o pigmento majoritário produzido por esta bactéria, apresenta várias atividades biológicas, tais como antibiótica, antitumoral, tripanossomicida e antifúngica. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a citotoxicidade, a genotoxicidade e a potencial atividade antiviral da violaceína. A citotoxicidade da violaceína, frente às células VERO, MA104, HEp-2 e FRhK-4, foi avaliada por três metodologias e as concentrações citotóxicas a 50% (CC50) obtidas foram diferentes de acordo com o método empregado: (I) avaliação microscópica das alterações morfológicas celulares: 2,29 ± 0,23 mM (VERO); 2,69 ±0,12 mM (MA104); 2,42 ± 0,22 mM (FRhK-4) e 2,78 ± 0,13 mM (HEp-2); (II) viabilidade celular - método de exclusão do corante azul de Trypan: 2,23 ± 0,06 mM (VERO); 2,54 ± 0,10 mM (MA104); 2,07 ± 0,05 mM (FRhK-4) e 2,70 ± 0,12 mM (HEp-2). e (III) viabilidade celular - ensaio colorimétrico do MTT: 2,96 ± 0,12 mM (VERO); 3,55± 0,22 mM (MA104); 3,14 ± 0,32 mM (FRhK-4) e 3,42 ± 0,05 mM (HEp-2). A violaceína não causou danos significativos ao DNA das células HEp-2 e MA104, nas concentrações testadas (0,19 - 1,5 mM), através do Ensaio do Cometa, quando comparados ao controle negativo (teste t-Student p>0,05); entretanto, apresentou ação genotóxica para as células VERO e FRhK-4, na concentração de 1,5 mM, quando comparada com o controle negativo (teste t-Student p<0,05). As demais concentrações (0,75; 0,37 e 0,19 mM) não causaram danos ao DNA celular e são estatisticamente semelhantes entre si (teste SNK p>0,05) e ao controle negativo (teste t-Student p>0,05). A potencial atividade antiviral da violaceína foi avaliada pelo método de inibição do efeito citopático viral e pelo ensaio do MTT. A violaceína não inibiu o efeito citopático do herpes vírus simplex humano tipo 1 (HSV-1): cepas 29-R, KOS e ATCC/VR-733, do poliovírus humano tipo 2 (PV-2), do rotavírus símio SA11 (RV), do vírus da hepatite A (HAV) cepas: HM-175 e HAF-203, e do adenovírus tipo 5 (AdV-5). As porcentagens de inibição da replicação dos diferentes vírus pela violaceína, obtidas através do ensaio do MTT, foram: 1,42 ± 0,68%; 14,48 ± 5,06% e 21,47 ± 3,74% para o HSV-1 cepa KOS; 5,96 ± 2,51%; 8,75 ± 3,08% e 17,75 ± 5,19%, para o HSV-1 cepa ATCC/VR-733; 5,13 ± 2,38 %; 8,18 ± 1,11% e 8,51 ± 1,94% para o PV-2 e 8,30 ± 4,24%; 13,33 ± 4,66% e 24,27 ± 2,18% para o RV, nas concentrações de 0,312; 0,625 e 1,250 mM, respectivamente. A violaceína não demonstrou ação inibitória da replicação do HSV-1 cepa 29-R, do HAV cepas HM-175 e HAF-203 e do AdV-5, através do ensaio do MTT. |