Abstract:
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Nesta tese, analisa-se o ecoturismo, visando preencher uma lacuna no conhecimento sobre a temática, a partir da contribuição da teoria social contemporânea e da sociologia ambiental. Combinando análise micro e macrossociológica, fundamentalmente através das análises de Giddens e Beck, procura-se entender os novos riscos introduzidos pelo ecoturismo no ambiente e na sociedade e a influência dos elementos dinamizadores da modernidade nas instituições e nas ações dos atores sociais que disputam a natureza socializada, objetivando colonizar o futuro através dessa atividade. Com base na abordagem social construtivista da sociologia ambiental, o ecoturismo é aqui analisado a partir de como os atores sociais o constroem enquanto exigência ambiental, e como tal exigência é encaminhada e contestada em fóruns políticos nacionais. O trabalho de campo foi realizado no município de Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros, onde o ecoturismo passa a ser construído como exigência ambiental e fazer parte das ações reflexivas de atores sociais com vistas à colonização do futuro do local. Identificam-se importantes transformações socioeconômicas, políticas, culturais e ambientais ocorridas em Alto Paraíso. A partir deste estudo de caso, é possível formular, finalmente, um alerta para o agravamento dos riscos para o ambiente e a sociedade, que podem advir com a expansão da atividade ecoturística e a ausência do Estado como mediador institucional dos interesses dos diversos atores e como formulador de um projeto integrado de ecoturismo que estabeleça diretrizes, normas e metas para o desenvolvimento da atividade, de forma a garantir a colonização do futuro de forma confiável e que garanta a qualidade de vida da população local. |