Abstract:
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A freqüência com que encontramos distribuídas por toda a cidade, em espaços os mais diversos, obras denominadas de 'artes plásticas', fez despertar o interesse quanto a alguns aspectos que se relacionam com esse fenômeno, especialmente o fato de que muitas dessas imagens não são arte, mas aparentam ser. O olhar do público, em sua grande maioria, é despreparado, embora cada vez mais autônomo e aberto; no entanto, totalmente dominado pela cultura de massa, industrializada e mercantilizada, distancia-se cada vez mais dos paradigmas estéticos propostos durante o processo de educação formal, o qual, também, nem sempre é garantia de uma preparação adequada. Caos visual é o que esse fenômeno vem provocando. Conscientes de que a situação é alarmante, dedicamo-nos a desenvolver este estudo. Para delinear nossa pressuposição inicial, buscamos traçar um perfil do público freqüentador de mostras de arte, moderna e contemporânea, realizadas no Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), em Florianópolis, entre 2000 e 2002, bem como levantar conceitos de arte contemporânea adotados por esse público a partir de seis amostras. Ao identificar fontes formadoras de conceitos estéticos, verificamos, junto a esses segmentos formadores de opinião, como curadores de espaços públicos, quais os critérios adotados para a seleção de obras de arte a serem expostas ao olhar do público como sendo arte. Para fundamentar a pesquisa, buscamos conhecimentos anteriores relacionados com o problema, quais sejam: a arte como objeto de pesquisa, destacando-se a obra de arte na contemporaneidade; a estética entre o autor e o público; as interpretações, os sentidos e a percepção. Analisamos posturas assumidas por formadores de opinião, selecionando, entre eles, o museu, a crítica, a curadoria, o mercado de arte, o espaço urbano, o uso público dos espaços privados e o papel da mídia. Na pesquisa de campo, mediante questionários, analisamos duas amostras de públicos variados de duas exposições distintas: a primeira em 2000, intitulada "Muito além de Marte: o universo de Meyer Filho", e a segunda em 2002, denominada "Extra I". A necessidade de profissionalização do pessoal envolvido no mercado de arte ou mesmo no meio artístico, em geral, é uma das conclusões. |