Abstract:
|
Análise do mecenato Capanema através dos afrescos dos "ciclos econômicos", executados pelo pintor Cândido Portinari (1903-1962), para compor o "moderno" edifício do Ministro da Educação e Saúde Pública projetado pela equipe de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. O ministro Capanema esteve à frente do Ministério de 1934 a 1945, onde promoveu uma verdadeira "revolução" na área da cultura e da educação no Brasil, ao congregar artistas e intelectuais no afã da construção de um projeto de "Brasil-Moderno". Para desvendar o universo do Ministério Capanema, seguiu-se a trilha da história dos intelectuais desenvolvida pela historiografia francesa (Sirinelli e Trebitsch), tendo como premissa que, as cartas e as revistas literárias são analisadas como "lugar de sociabilidade intelectual". Sob esta perspectiva, Portinari não foi um "pintor oficial", nem a sua "arte engajada. No contexto do Estado Novo (1937-1945) - nacionalista e ufanista -, em que as imagens da brasilidade são evocadas para construir a nação, a obra portinariana foi apropriada pelo regime porque possuía uma linguagem e uma imagística brasileiras. Entretanto, os afrescos dos "ciclos econômicos" não cumpriram o objetivo da politização da arte, não alcançando públicos massivos em face de sua localização. |