Abstract:
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O turismo de consumo, de massa, próprio da sociedade dos dias atuais, tem se caracterizado por ser predatório, provocar danos a riquezas naturais e ao patrimônio cultural e, algumas vezes, criar nos espaços turísticos os chamados não-lugares, onde tudo passa a ser objeto de consumo, inclusive o próprio espaço. Da mesma forma, os turistas transformam-se em consumidores de um produto que é comum a qualquer ponto turístico do planeta, uma vez que ele se torna uma simples mercadoria que perdeu as características do local visitado, por lhe terem sido retiradas as peculiaridades que o tornam único e próprio daquele lugar - tomar caldo de cana industrializado não é o mesmo que tomá-lo moído artesanalmente. O valor turístico é dado justamente pela singularidade da cultura e também pela natureza do lugar. Preservá-la é uma questão de necessidade, uma vez que o sucesso do trade turístico, tal como está se difundindo em larga escala hoje em dia, pode vir a ser o motivo da destruição desses atrativos. Indica-se, nesta dissertação, o turismo cultural e ecológico como alternativa para este momento, associado a programas educacionais em turismo, como alternativa para a preservação de tais riquezas. A história oral, como recurso metodológico, possibilitou coletar e sistematizar uma face da história da Ilha do Campeche, pois se descreve uma época de colonização açoriana do litoral de Santa Catarina, em especial, da Praia da Armação, uma das colônias pesqueiras de Florianópolis, na qual se ressaltam temas como armação e caça de baleias, a agricultura feita em outras épocas na ilha e as recentes ocupações e os crimes ambientais que comprometem seus atrativos naturais e culturais, que não são poucos. |