Abstract:
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No Brasil, o debate sobre organismos geneticamente modificados (OGMs) e alimentos transgênicos, que têm sido objeto de discussão sobretudo no espaço acadêmico universitário e na retórica argumentativa de ativistas de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e profissionais autônomos, traz a público posições divergentes a respeito da relação custo/beneficio do uso da transgenia na área agrícola. O presente trata estudo das representações sociais do risco associados aos OGMs e aos alimentos transgênicos, com o propósito de levantar e examinar, entre diferentes pontos de vista, os mais significativos para considerar o risco e os alimentos dentro do escopo da "abordagem cultural do risco" (de Mary Douglas & Aaron Wildavsky, 1982) e da "teoria da alimentação" (de Claude Fischler, 1992). Discorre-se sobre os principais argumentos proferidos no Seminário Transgênicos: contextualizando o debate: prós e contras e para além dos prós e contras, realizado no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal de Santa Catarina (CFH/UFSC). A pesquisa apóia-se em dados qualitativos para a análise a partir de um corpus tomado através de entrevistas individualizadas junto a agrônomos e representantes de ONG's. Conclui-se que as conseqüências associadas à transgenia de plantas estão centralizadas no deslocamento da noção de propriedade para novos domínios transformando a descoberta científica na invenção comercial e, nesse movimento, transpondo as noções das propriedades da natureza e da cultura dos alimentos. |