Abstract:
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O sesquiterpeno drimanial isolado das cascas da planta brasileira Drimys winteri, apresentou importante atividade antinociceptiva, quando administrado por via sistêmica, intraplantar, espinhal e supraespinhal em diferentes modelos de nocicepção em camundongos. Além disso, o drimanial, apresentou marcante atividade anti-hiperalgésica quando avaliado na hiperalgesia induzida pelo glutamato. Os experimentos realizados com agonistas e antagonistas seletivos, e com o auxílio da técnica de união específica (binding) sugerem que a atividade antinociceptiva causada pelo drimanial esta relacionada com uma interação com o sistema glutamatérgico, mais especificamente, via interação com receptores glutamatérgicos metabotrópicos. Os resultados do presente estudo também indicam que os receptores vanilóides parecem contribuir para a atividade antinociceptiva do sesquiterpene drimanial. Além disso, os resultados do presente estudo indicam que o drimanial não apresentou atividade antinociceptiva quando avaliado em modelos de nocicepção t~ermica, como o teste da placa-quente ou da retirada de cauda (tail-flick). Por outro lado, sua atividade antinociceptiva não foi revertida pelo pré-tratamento dos animais com naloxona (antagonista opióide não-seletivo) ou com PCPA (inibidor da síntese de seotonina). Dessa forma, a atividade antinociceptiva do composto drimanial não parece depender de uma interação direta ou indireta com os sistemas opióide e serotoninérgico. Estes resultados não só confirmam, mas também estendem os resultados anteriores descritos em nosso laboratório, que demonstram que ambos os sesquiterpenos presentes nas cascas da D. winteri , o poligodial e o drimanial, contribuem de maneira importante para o uso desta planta na medicina popular. |