Abstract:
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Este estudo avaliou a alimentação e a produção de biodepósitos do mexilhão Perna perna em duas áreas de cultivo no sul do Brasil diferenciadas pelos parâmetros do seston, em três experimentos por local. A Enseada do Brito (EB) apresentou altas concentrações de material particulado total (TPM), de matéria inorgânica particulada (PIM) e de matéria orgânica particulada (POM), mas menor fração orgânica no seston (f) em relação a Porto Belo (PB). Em geral, a alimentação e a biodeposição do mexilhão P. perna variaram de acordo com as características do seston, apresentando comportamentos similares aos observados para outras espécies de bivalves filtradores. As taxas de clareamento (CR) foram menores em EB, onde as concentrações de material em suspensão (TPM, PIM e POM) foram maiores. Já as taxas de filtração (FR), de ingestão (IR) e de ingestão orgânica (OIR) foram maiores em EB, aumentando de acordo com o incremento do seston. As taxas de absorção (AR) seguiram as mesmas tendências de FR, IR e OIR, entretanto as ARs médias foram similares entre EB e PB. A eficiência de seleção (SE) e a fração orgânica ingerida (i) aumentaram conforme incrementou o teor orgânico do seston (f), sendo maiores em PB. As eficiências de absorção (AE), por sua vez, incrementaram com SE e i, mas seus valores médios também foram similares entre os locais de estudo. O mexilhão P. perna apresentou uma alta eficiência de seleção mesmo sob condições de alta turbidez em EB, maximizando sua aquisição energética em termos de absorção de alimento (AR e AE). A produção de biodepósitos foi maior em EB do que em PB, com teor orgânico menor nos biodepósitos produzidos, em função das próprias características do seston (maior TPM e menor f), bem como da maior contribuição de pseudofezes, organicamente mais pobres que as fezes. |