Abstract:
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A intensa concentração de animais em pequenas áreas configura-se como potencial para emitir uma série de substâncias que poluem e muitas vezes contaminam o ar, da mesma forma que as indústrias negligenciam o direito da população de se proteger contra os efeitos nefastos dos maus odores. A avaliação dos incômodos olfativos só pode ser realizada através de métodos sensoriais, não existe sensor mais eficiente do que o nariz humano. Objetivou-se, neste trabalho, avaliar os incômodos olfativos decorrentes da produção intensiva de suínos numa área rural e na área urbana do município de Concórdia, através da metodologia do questionário sugerido pelo manual VDI. Os resultados mostraram que as principais fontes de odor no meio rural são a da distribuição dos dejetos, os locais de armazenamento e as instalações dos animais. No meio urbano, os piores odores percebidos provêm de uma indústria de processamento de carne e derivados. O índice de incômodo na população urbana é de 72,9 no meio rural é de 72,3. Os residentes próximos à agroindústria apresentam o maior índice - 86,3 e, no meio rural, o índice é de 80,6 e está relacionado aos não-produtores de suínos. Os odores são considerados pela população como desagradáveis em diferentes níveis. Os resultados estatísticos mostram que a característica desagradável dos odores está associada com o conceito dos odores como poluentes do ar e aos efeitos sobre a saúde física e emocional. A avaliação dos incômodos causados pelos odores é uma ferramenta importante no monitoramento da qualidade do ar e dos impactos ambientais, complementar aos projetos de gestão ambiental. |