Abstract:
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A produção cultural contemporânea é complexa e exige uma busca incessante por novos modelos teóricos que a satisfaçam. Surgem novos produtos técnico-científicos, os quais geram novas formas de organização e produção, causando insegurança pelas incertezas que delas surgem. Colaboram também para essas incertezas os conflitos produzidos pelo confronto entre os paradigmas emergentes e os atuais. Diante desta realidade, procurou-se, nesta pesquisa, verificar a apropriação da tecnologia pelo professor e pela escola e a sua tradução no dia-a-dia escolar, no fazer pedagógico. Como os professores gerem e regulam as situações de aprendizagem mediadas pela tecnologia? No viés de uma educação livre e emancipatória, numa perspectiva sociocultural de análise, buscou-se ver a prática educativa atrelada à realidade social, na expectativa de se conhecer as representações dos professores sobre a técnica e a tecnologia, sobre a sua necessidade e sua utilização na prática. A pesquisa baseou-se no modelo qualitativo, sem, no entanto, desprezar os dados quantitativos, dos quais se lançou mão para balizar a análise qualitativa. Partiu-se da hipótese de que professores e escola ainda não se apropriaram das novas tecnologias. As observações revelam que, embora se possam perceber muitas manifestações das "novas tecnologias" no setor educacional, na prática, a escola ainda está longe de se apropriar desses recursos. Algumas "inovações tecnológicas" surgem apenas para legitimar antigas práticas, como verdadeiras maquiagens no processo ensino/aprendizagem. Entretanto, verificou-se a ocorrência de práticas de acordo com paradigmas não tradicionais sobre a educação; contudo, são práticas isoladas que tomam a tecnologia como um mero apêndice, um evento dentro da escola, não se constituindo como um projeto da mesma. |