Abstract:
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O objetivo deste trabalho é abordar o fator tempo como elemento fundamental na construção de um modelo de jornalismo diário impresso moderno. Para tanto, trabalhamos com os manuais de imprensa de dois grandes jornais brasileiros: O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, fundados em 1875 e 1921, respectivamente. Procedemos à investigação de como os manuais concebem o tempo, ou seja, como eles o percebem no seio da empresa jornalística. É por meio de normas que o tempo produtivo da empresa é controlado ficando todos os outros tempos sociais subordinados a ele. Por meio da observação, principalmente de procedimentos organizacionais, podemos perceber uma interpretação específica de percepção do tempo, caracterizada por ciclos estruturados em função de marcos temporais, estabelecidos por horários-limites de fechamento (deadlines). O foco principal é o jornalismo impresso com apoio de algumas formulações no âmbito da análise do discurso. No entanto, adotamos um referencial teórico pluridisciplinar, ancorado, ancorado em conceitos e percepções de tempo inseridos em diversas abordagens histórico-sociais-culturais, necessários a sua compreensão. A inferência de nossa pesquisa indica que o tempo do jornal impresso é um tempo atrelado à atividade industrial em primeira instância que faz sentido na percepção do tempo capitalista moderno: linear, homogêneo e universal. Este tempo é concebido, principalmente, pela invenção do relógio mecânico. O relógio regula e controla a atividade jornalística moderna . |