Abstract:
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Acreditando que o fonoaudiólogo é um intérprete diferenciado na medida em que sua interpretação extrapola a interpretação linguageira, o objetivo deste trabalho foi o de observar os tipos de intervenções feitas pelo clínico e os tipos de efeito gerados no sujeito que o fazem deslizar na linguagem, constituindo-se como sujeito e, portanto, estabelecendo um outro tipo de relação com a própria linguagem. Para tal, foi reunido um corpus constituído de transcrições não-fonéticas de sessões de terapia fonoaudiológica ocorridas entre três terapeutas e seis sujeitos diferenciados e com sintomas de linguagem diversos. Para a análise do material foi traçado um corpo teórico a partir da Análise do Discurso (de linha francesa), onde a linguagem é tomada como um acontecimento singular e submetida a um processo sócio-histórico. Quanto aos tipos de intervenção, foi observada uma diversidade de investidas, tanto focadas em uma escuta singular quanto a um conceito de normatização da fala dos sujeitos. Do mesmo modo foram observados efeitos diferenciados nos sujeitos. O que se concluiu é que não é apenas o tipo de intervenção utilizada que está em questão, mas mais especificamente as relações que o sujeito estabelece com sua linguagem a partir das intervenções. |