Abstract:
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Esta dissertação discute práticas policiais desenvolvidas nas dele-gacias de proteção à mulher de Florianópolis e Joinville, Santa Catarina, observadas respectivamente durante experiência profissional e através de trabalho de campo. Por tratar-se de tema pouco estudado, enfoca o desen-volvimento teórico sobre as instituições policiais, aprofundando a intervenção na violência contra a mulher e discorrendo sobre a complexidade do que pode ser considerado um caso de polícia, especialmente nesse âmbito. Entende que desde a origem, seguindo modelos europeus norteadores, o caso brasileiro também realiza tarefas repressivas e assistenciais, estas últimas constituindo-se numa característica marcante nas delegacias de atendimento à mulher, que se contrapõem às expectativas de vitimização, criminalização e punição mani-festas pelos movimentos feministas europeus e americanos que contribuíram para a criação de organismos de atendimento especial. No Brasil, a Delegacia de Proteção à Mulher, modo peculiar e local de tratar com questões globais, inclusive ao empregar mulheres para o desempenho das funções policiais, atua como um consultório sentimental, fórum de julgamentos e diversas tarefas assistenciais, sendo constantemente submetida à avaliações contraditórias da clientela e dos policiais. Nos casos estudados, as tarefas realizadas, aliadas às condições materiais consideradas insuficientes, impulsionam para um cotidiano típico em ouvir, registrar e conversar, distante da função primeira do fazer polícia, principalmente a investigação. |