Abstract:
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O presente estudo trata da recepção da obra de André Gide pela crítica brasileira segundo pressupostos teóricos da Estética da Recepção. O corpus da pesquisa é composto de artigos, ensaios e estudos publicados em livros e nos principais jornais e revistas do país a partir da década de 1920. A dissertação compreende duas partes: a primeira, organizada em três capítulos; a segunda reúne cópias destes documentos formando uma "gideana brasileira". O capítulo 1 - A sinfonia do falso pastor - caracteriza o autor e sua obra, apoiado nas opiniões da crítica brasileira, que retoma muitas opiniões consagradas pela crítica francesa. O capítulo 2 - Aspectos da crítica - aponta os primeiros leitores e traduções no Brasil, assim como traça paralelos reveladores: da ambigüidade do autor e do contexto brasileiro, do caráter transitório da crítica, de Gide como parâmetro para outros autores, do mimetismo da crítica brasileira em relação à francesa, da semelhança entre Gide e seus personagens. O capítulo 3 - Moralismo na crítica gideana - reúne textos que têm em comum um acentuado moralismo, seja ao abordar o homossexualismo, a disponibilidade e a apostasia gideanos, seja ao constatar as difíceis relações com os contemporâneos, sobretudo com Paul Claudel. O estudo revelou enfim aspectos do "horizonte de expectativa" dos leitores críticos, assim como possibilitou a observação do encontro dos críticos com a obra, numa "fusão de horizontes" apontando aspectos do desenvolvimento da crítica brasileira no período estudado. |