Abstract:
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Apesar da larga utilização dos polímeros HEC e EVA na fabricação de argamassas colantes, existem controvérsias entre os pesquisadores quanto às suas formas de interação com o cimento, impedindo a melhoria da qualidade final do produto e o atendimento aos requisitos de desempenho pré-estabelecidos. O objetivo desse trabalho foi, portanto, auxiliar no preenchimento dessa lacuna por meio da caracterização microestrutural de pastas de cimento e polímeros HEC e EVA. Foram preparadas pastas de cimento Portland com diferentes teores de HEC e EVA. A relação água/cimento foi mantida constante. As pastas foram submetidas a dois tipos de cura e analisadas em três idades diferentes. Foram realizados ensaios de calorimetria de condução, análises térmicas, difratometria de raios-X, espectroscopia de infravermelho, microscopia eletrônica de varredura, porosimetria por intrusão de mercúrio e permeabilidade ao gás N2, que permitiram avaliar os efeitos dos polímeros na hidratação do cimento, nas quantidades e características de fases anidras e hidratadas, na estrutura de poros e na capacidade das pastas de permear gases sob pressão. Foi possível, também, detectar evidências de interações químicas das fases cimentícias e poliméricas. Os resultados mostraram que ocorre hidrólise alcalina do EVA com liberação de ânions acetato, que interagem com íons Ca2+ presentes na fase aquosa das pastas. O produto é um sal orgânico (acetato de cálcio). A formação de hidróxido de cálcio é reduzida na presença de EVA, assim como o grau de hidratação do cimento. Não foram constatadas evidências de interações químicas do HEC com fases cimentícias, mas esse polímero afeta as reações de hidratação por modificar a viscosidade da fase aquosa. Ambos os polímeros influenciam a estrutura de poros das pastas e suas características de permeabilidade. Observou-se que o HEC tem capacidade de minimizar os efeitos do EVA na microestrutura das pastas, indicando que interações físicas e químicas ocorrem entre ambos. |