Abstract:
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Como vários estudos críticos e literários desenvolvidos nos últimos anos, o presente trabalho focaliza a ficção de escritoras de grupos minoritários, que foram excluídas dos cânones estadunidenses ao longo da história daquele país. Tais textos são aqui percebidos como representações literárias e culturais que resistem a qualquer tentativa de homogeneização ou universalização. Leslie Marmon Silko, Louise Erdrich e Susan Power são as autoras dos romances analisados, respectivamente Ceremony (1977), Tracks (1988) e The Grass Dancer (1994); todas elas apresentam percepções alternativas de gênero, etnia, crenças e tradições culturais, construídas a partir do ponto de vista de mulheres de origem indígena, aqui genericamente definidas como sujeitos femininos híbridos ou simplesmente como "mulheres de cor" (conforme Anzaldúa). A hibridez das mesmas é salientada a fim de demonstrar que qualquer expectativa de pureza com relação à raça, etnia ou cultura é uma ilusão. Na minha leitura dos textos dessas mulheres, tento deslocar a produção ficcional das mesmas para fora do terreno do exótico, enfocando suas diferenças não como artefatos culturais romantizados, mas como interpretações alternativas que carregam possíveis soluções para problemas contemporâneos. Ao longo do meu trabalho defendo que representações produzidas por tais escritoras precisam ser consideradas em qualquer tentativa de definir uma identidade nacional e cultural americana. Dessa forma, teorias feministas e pós-coloniais assumem papel fundamental na estruturação da análise comparativa aqui desenvolvida. |