Abstract:
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O presente trabalho é um ensaio teórico, realizado com o objetivo de verificar qual o tratamento dispensado à conceituação da estratégia organizacional nas abordagens da escolha estratégica, cognitiva e institucional. Para tanto, delimitaram-se critérios de análise teóricos e metodológicos. A identificação desses critérios foi efetuada de modo descritivo, a partir do exame do quadro referencial de cada abordagem focalizada. As descrições dos seus respectivos indicadores foram agrupadas em matrizes de conteúdo, e analisadas por meio do uso do método comparativo. Os indicadores dos critérios teóricos foram as representações do indivíduo, da organização e do ambiente, além da orientação para a ação e a posição ontológica. Os indicadores dos critérios metodológicos foram a dimensão de análise e a lógica de investigação. Os resultados obtidos revelam que na abordagem da escolha estratégica considera-se o indivíduo um agente econômico, a organização um sistema racional e sobressai a noção de ambiente de tarefa. A orientação da ação é predominantemente voluntarista e a posição ontológica prevalecente é a objetivista. As pesquisas realizadas com base nessa abordagem atentam para a definição do ator e para as suas percepções objetivas da situação envolvida na formulação de estratégias organizacionais. Para tanto, utilizam os métodos indutivo, dedutivo e hipotético-dedutivo, movidas pelo nexo preditivo. Na abordagem cognitiva o indivíduo é visto como agente psicossocial, a organização como universo cognitivo e o ambiente como domínio cognitivo. Aqui predominam a orientação da ação voluntarista e a posição ontológica subjetivista. As investigações fundamentadas em tal abordagem se voltam para a definição do ator e para as suas interpretações da situação na qual a necessidade de formular estratégias emerge e, orientadas pelo nexo explicativo, adotam os métodos indutivo e dedutivo. Por sua vez, na abordagem institucional representa-se o indivíduo como ator social, a organização como arena social e o ambiente como setor social. A orientação da ação e a posição ontológica situam-se em categorias intermediárias no eixo do voluntarismo-determinismo e das perspectivas objetivista-subjetivista. Os estudos emprendidos no âmbito dessa abordagem direcionam-se para o exame das propriedades estruturais dos contextos interno e externo dentro dos quais as estratégias organizacionais são delineadas, e adotam os métodos dedutivo e hipotético-dedutivo, guiados por um nexo explicativo. |