Abstract:
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Investigamos, a partir da fala de professores de língua, o conhecimento do professor acerca de seu objeto e instrumento de ensino: a língua. Descrevemos, dentro do quadro da Semântica Cognitiva, as metáforas conceituais que revelam as crenças dos professores sobre a língua, a sua aprendizagem e o seu ensino. Analisamos, também, textos da imprensa escrita e fragmentos de fala quotidiana que revelaram a presença da mesma metáfora encontrada na fala dos professores. A principal metáfora a emergir tem uma base corpórea, centrada no bem-estar físico e moral do corpo: A LÍNGUA É UM CORPO MORAL. Esta metáfora, com forte apelo ideológico, traz, entre outras inferências um preconceito lingüístico: há uma única Língua correta, metonímia das pessoas que a falam. Esta Língua é pura, homogênea, bonita, saudável e íntegra; cometer erros, falar na gíria, usar neologismos, etc.. são formas de empobrecê-la, desvirtuá-la, causar danos. O professor de língua, então, na medida em que compartilha com o senso-comum desta metáfora, que se reflete na sua prática ensino, colabora ainda mais para a exclusão social, reforçando preconceitos lingüísticos |