Abstract:
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A dissertação busca resgatar as relações culturais entre o Nordeste e Pelotas ao deixar falar a nutrição formadora destas regiões em seus intercâmbios econômicos, o açúcar e o charque, ao considerar o significado da economia simbólica deste ciclo obscurecido nas passagens da economia doméstica à capitalista e da periferia regional ao centro globalizado, sendo referência a obra de Gilberto Freyre, quem primeiro levanta a possibilidade deste contraponto. Levando em conta o método crítico de procedimento de resgate de Walter Benjamin, esta pesquisa ilustra a limitação dos registros históricos ao que ocorre no centro cultural, quando sua própria re-inserção no movimento histórico se compreenderia somente na ocasião que aqui se recobra, que é a do deslocamento para a metrópole industrial urbana e para a política econômica capitalista centralizada: o contraponto açúcar/charque emerge barrocamente do que hoje se tornou padronizada região periférica (Nordeste e Pelotas) remontando ao momento transicional da monarquia escravocrata para a república, quando o Nordeste perde o poder central para o Sudeste e Pelotas a condição de metrópole charqueadora escravista. A singularidade regional e moderna desta conexão irrompe nos modernismos brasileiros, tanto na contra-corrente da urbanização (Nordeste) como a favor dela (Pelotas), mas constantemente ameaçada de submergir à padronização globalizada. |