Abstract:
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A partir da suposta existência de um mito que confere subalternidade do trabalho da enfermagem à medicina, foi realizada uma pesquisa, por meio da observação das atuações de enfermeiros em seus respectivos locais e turnos de trabalho, com os objetivos de reunir elementos para servirem à sua desmitificação e apresentar argumentos ao enfermeiro para perceber-se, desejar e assumir a função de administrador da assistência global de saúde, no microespaço onde exerce suas atividades profissionais, no âmbito intra- e/ou extra-hospitalar. As categorizações e análises das anotações de campo, apoiadas no pensamento filosófico de Félix Guattari, possibilitaram identificar determinadas características presentes nas funções que o enfermeiro desenvolve que conferem centralidade ao seu trabalho, nos contextos organizacional e assistencial, configurando-o como o elemento de referência para os demais profissionais, representando os aspectos mais genéricos da assistência e qualificando-o como o profissional mais indicado a realizar a administração da assistência global de saúde, no âmbito de sua área de influência, onde exerce sua prática e desenvolve suas atividades. Entretanto, existem impedimentos ao exercício pleno dessa função: elementos de produção de subjetividade, tanto do enfermeiro como do médico, e as precariedades quali-quantitativas dos recursos materiais e humanos presentes no trabalho. |