Abstract:
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Esta pesquisa tem por objetivo compreender como se organizam os meninos e as meninas que vivem nas ruas de Florianópolis. O dia-a-dia, os hábitos, a cultura, a relação com o tempo e o espaço da rua, com as drogas, com a criminalidade, vão definindo um determinado perfil a essas crianças e adolescentes, um jeito de ser específico que aponta para uma forma peculiar de organização. Foi procurando compreender essa dinâmica de vida que realizei a pesquisa de campo em 1995/1996 nas ruas da cidade de Florianópolis, onde acompanhei por 4 meses o grupo de doze crianças e adolescentes, entre oito a treze anos, que faziam da rua seu espaço de vida. Procurei descrever e analisar o trajeto percorrido por eles (as) até chegarem na rua, a relação com a família, com o trabalho, com os programas, com a escola e por fim, com a rua . Ao final do trabalho procurei apontar para o movimento de circularidade, movimento este, que neste trabalho denominei de ciranda. A ciranda da rua é a expressão concreta das estratégias de escapabilidade à convivência privada nos locais em que a sociedade só reconhece como sendo públicos. |