Abstract:
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A Psicologia aparece, ao longo da história da civilização, sustentando suas práticas e bases epistemológicas no seio da Medicina e da Filosofia A descrição do processo de constituição desse saber nos permite afirmar que o arsenal teórico que embasa sua prática leva em conta, ora a "objetividade", ora a "subjetividade", em termos mutuamente excludentes: quer dizer, considera que a personalidade, ou é determinada pelo meio, ou é fruto de uma determinação interna, subjetiva. No Brasil, a Psicologia se constituiu, principalmente em laboratórios e clínicas médicas, às vezes, mas também ligada à Educação com suas preocupações a respeito do processo ensino-aprendizagem. A partir da década de 60 tornou-se uma prática dentro da instituição escolar. Mas seus pressupostos teóricos estavam "fixados" pelo comportamentalismo, na Psicometria, ou pela Psicanálise e seus mecanismos mentais. A década de 80 trouxe questionamentos aos "fazeres" e "saberes" da Psicologia Escolar, assim instaurados. Assinalando o processo histórico através do qual a Psicologia Escolar se desenvolveu no Brasil, constatamos que ela esbarrou em dificuldades decorrentes de suas bases antropológicas e epistemológicas, que se refletiram, diretamente, no que-fazer do psicólogo na escola. Essa realidade impôs, aos estudiosos da área, a necessidade de discutir os problemas advindos da definição do objeto da Psicologia Escolar, indicando, a partir desses estudos, o redimensionamento de suas bases antropológicas, epistemológicas e metodológicas. Foi com a intenção de contribuir para a execução dessa tarefa que nos demos ao desenvolvimento desta dissertação: "Psicologia Escolar no Brasil: fazeres e saberes". |