Abstract:
|
As empresas tradicionais ( de base eletro-mecânica, modelo produtivo baseado no Fordismo e com sistemas gerenciais baseados no Taylorismo ), têm, historicamente, oferecido atividades de lazer aos seus empregados. Estas empresas justificam tal oferta por ser o lazer um elemento compensador da insatisfação gerada por um trabalho dito 'desumano'. As empresas modernizadas ( com base micro-eletrônica e modelo de produção flexível), também oferecem atividades de lazer aos seus empregados e até incrementam os investimentos no setor. Paralelo ao processo de modernização das empresas, há um discurso corrente de que o trabalho, nestas empresas, está humanizado. A questão central desta dissertação é apontar os interesses que levam as empresas modernizadas a investirem no lazer dos empregados se o trabalho não é mais desumano. Para tanto, apreende-se os conceitos de trabalho e lazer; contextualiza-se a história do lazer nas empresas brasileiras; analisa-se as características do esporte por ser este o conteúdo predominante no lazer oferecido pelas empresas e descreve-se, criticamente, as transformações pelas quais passa o mundo do trabalho. A partir disto, explicita-se interesses históricos das empresas no lazer, quais sejam, controle do tempo disponível do trabalhador e recuperação psíco-física para a jornada de trabalho do dia seguinte. Somando-se a estes interesses históricos, apresenta-se quatro aspectos novos que vão justificar os investimentos em lazer pela empresa modernizada. São eles: a busca de indicadores de qualidade de vida no trabalho; o envolvimento do trabalhador; a inculcação de um espírito de equipe, no trabalhador, necessário à produção flexível e o desenvolvimento de habilidades, inculcação de valores e de comportamentos, através das técnicas desenvolvidas no mundo do lazer com sua transferência para o mundo do trabalho. Além disso, afirma-se que o trabalho na empresa modernizada continua desumano, exigindo assim, a presença do lazer compensatório. |