Abstract:
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Os Mapuches argentinos de Rucachoroy, naturais da Província de Neuquen, região norte da Patagônia, nos levam a procura dos principais pontos nodais de sua identidade atual, através dos recortes que eles mesmos operam para se pensar nos distintos contextos e situações de interação. O sentido de nossa abordagem foi primeiro em torno dos sentimentos de ameaça existencial, vivenciados pelos Mapuches, perante o fenômeno "do bruxo". Fenômeno este que permeia seu dia-a-dia e que é parte da configuração ideológica que constitui o xamanismo Mapuche. Segundo comprovamos, a atividade "do bruxo" se incrementa na medida em que eles ficam mais longe dos ideais éticos e étnicos mais caros ao grupo. As relações com outro, o branco ou "winca", nos levaram a tratar de outros níveis de inclusão e exclusão na sociedade nacional, segundo seus posicionamentos. Foi mediante a comunicação de suas preocupações sobre como viver entre si ("de como melhorar sem ficar na frente") e com os brancos ("de como tentar estar no mesmo nível do outro étnico") que nos permitiram uma aproximação a estes pontos nodais. É difícil viver onde não há união. Daí que a idéia de solução para seus problemas de menosprezo, se apoiará na construção duma visão particular da união. União que ocupa o lugar-motor duma moralidade ideal que envolve critérios de igualdade e comunhão de pensamentos entre os iguais e também com o branco. |