Abstract:
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Esta etnografia coloca em evidência uma série de elementos simbólicos, presentes em um grupo indígena Kaingang (Jê Meridional), tendo como base o acompanhamento do percurso de três curadores da aldeia Xapecó no oeste de Santa Catarina. A partir do enfoque do sistema de saúde e de sua permanente mudança, nos foi possível apreender diversas características da complexidade cultural da população estudada, onde o “antigo” soma-se ao novo num continuam contextualizado. Neste sentido a Cosmologia Xamânica, a Mitologia, o Catolicismo Popular, o Messianismo de São João Maria (o Monge do Contestado), 0 uso de Ervas Medicinais, de Dieta e da moderna “Cirurgia Espiritual” ou “Operação Invisível”, são integrados e re-interpretados nas narrativas e práxis desses curadores que criaram na atualidade uma “Igreja da Saúde”. Ao mesmo tempo o trabalho percorre uma linha que vai desde um passado recente até os dias atuais, onde é ressaltado o papel do contato progressivo (intenso e contínuo) das diversas frentes pioneiras que atuaram no oeste de Santa Catarina. Neste sentido, apontamos as características principais que foram intervenientes e que trouxeram adaptações e transformações de hábito e habitat dos Kaingang nos últimos séculos. |