Abstract:
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Na utopia territorial das elites modernizadoras o espaço vazio é condição de possibilidade e, ao mesmo tempo, instrumento da construção do Estado-Nacional. Nos distintos momentos, tanto suas versões liberais quanto as nacionalistas visualizaram na organização do território, do mercado e da população as variáveis de tal empreendimento. O espaço social, definido pela fronteira política, a longo destes processo de construção, informa tanto as mudanças ao interior destes planos quanto à existência de territorialidades prévias à exclusiva regulamentação imposta pelo Estado. O processo de povoamento da região fronteiriça e a legitimação da ocupação por ambos países se apresenta como contraditório jogo de estratégia onde as peças se somam na construção da identidade e do desenvolvimento econômico. Os mapas oficiais mostram uma rede de pontos no território: estradas, obras de infra-estrutura e meios de comunicação. Mas uma outra cartografia, plural e desterritorializada, tenta objetivar, no nível local e regional, redes de um movimento vivo e intenso nem sempre dócil à planificação espacial dos projetos nacionais. Soberania, segurança e Cultura verão assim transgredidos seus significados pelas práticas que ignoram ou instrumentalizam em seu benefício a existência das fronteiras políticas. |