Abstract:
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A negação tem sido tratada de maneira superficial. Está diluída em alguns tópicos da gramática (prefixos negativos, advérbio de negação) e esparsa em diversos livros. O objetivo deste trabalho é descrever sincronicamente o fenômeno da negação na língua portuguesa enfocando os aspectos: morfológico-lexical, sintático e semântico-pragmático. Para tanto, o trabalho foi dividido em três capítulos, procurando explicar o fato lingüístico sem defender um modelo teórico. O primeiro capítulo - aspecto morfológico-lexical - descreve a formação de ítens lexicais negativos pelos processos de derivação e composição; trata também dos antônimos e palavras negativas por inerência. O segundo capítulo é dedicado ao aspecto sintático. Para descrever as posições que o operador negativo pode ocupar na sentença, referindo-se a um termo ou a uma proposição inteira, aplicou-se o teste de negação de sentenças com base no modelo de Klima. O último capítulo descreve a negação sob o aspecto semântico-pragmático. Verificando os contextos onde ocorre a negação de constituinte e de sentença e aplicando o conceito de polifonia proposto por Ducrot, procurou-se enfocar a riqueza da língua, suas inúmeras opções de expressão, principalmente aquelas direcionadas à persuasão. |